Rio Verde (GO) – A Polícia Civil de Goiás (PCGO) confirmou, até o momento, a ligação de Rildo Soares dos Santos, de 33 anos, com ao menos três feminicídios e três estupros – dois deles seguidos de tentativa de assassinato. Além dos crimes contra a vida, Rildo também é investigado por diversos crimes patrimoniais. Preso em flagrante no último dia 12 de setembro, o suspeito foi detido logo após retornar à cena de um dos crimes cometidos na cidade.
Segundo o delegado Adelson Candeo, titular do Grupo de Investigação de Homicídios (GIH) de Rio Verde e responsável pelo caso, o inquérito ainda não foi remetido ao Ministério Público de Goiás (MPGO), pois novas diligências estão em andamento. A polícia apura a possível relação do suspeito com o desaparecimento de outras duas mulheres.
“Estamos dentro do prazo legal para diligências e precisaremos utilizá-lo integralmente. Ainda há indícios de outros crimes que podem ter sido praticados por ele”, afirmou o delegado.
Modus operandi e perfil das vítimas
De acordo com Candeo, Rildo não agia de forma premeditada, tampouco escolhia suas vítimas com antecedência. Vestido com um uniforme de empresa de limpeza urbana, ele costumava sair de madrugada e abordava mulheres que encontrava sozinhas nas ruas.
“Ele saía à noite, na madrugada, para praticar os crimes. Normalmente, as vítimas eram usuárias de drogas ou mulheres em situação de vulnerabilidade social”, explicou o delegado.
Essa dinâmica dificultou a investigação em alguns casos. Mulheres com rotinas instáveis ou afastadas da família demoraram a ser reportadas como desaparecidas, o que beneficiava o suspeito.
“No caso da Ingrid, por exemplo, a ocorrência só foi registrada após o desaparecimento de Elisângela vir à tona. Isso favorecia o Rildo, pois muitas vezes a ausência dessas mulheres passava despercebida”, relatou Candeo.
Já o assassinato de Elisângela da Silva Souza, de 26 anos, chamou atenção mais rapidamente. A jovem, que morava com a família, teve o desaparecimento comunicado à polícia poucas horas após sumir, o que permitiu uma ação mais rápida da equipe de investigação.
Feminicídios confessados
Rildo confessou três assassinatos. As vítimas são:
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Monara Pires Gouveia, 31 anos – vivia em situação de rua e foi encontrada morta em um terreno baldio no Bairro Popular. O corpo estava parcialmente carbonizado. Segundo o laudo cadavérico, Monara ainda estava viva quando foi incendiada. Rildo confessou ter estuprado a vítima antes de matá-la.
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Alexânia Hermógenes Carneiro, 40 anos – também encontrada em um terreno baldio, apresentava sinais de espancamento na cabeça. O suspeito alegou que o crime foi motivado por vingança, após a vítima supostamente ter feito uma compra de drogas em nome dele, o que o deixou irritado.
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Elisângela da Silva Souza, 26 anos – seu corpo foi localizado parcialmente enterrado no Bairro Popular. Imagens de câmeras de segurança mostram Rildo com a jovem na madrugada de seu desaparecimento. Exames confirmaram o estupro, com material genético do suspeito identificado na vítima.
Prisão e novas investigações
Rildo segue preso na Casa de Prisão Provisória (CPP), à disposição da Justiça. A Polícia Civil trabalha agora para esclarecer a possível participação dele em crimes ocorridos também fora de Goiás.
“A investigação segue de forma ininterrupta. Há indícios de que o suspeito possa estar envolvido em crimes similares na Bahia, conforme relatos de sua ex-esposa e outros elementos em apuração”, concluiu o delegado Candeo.