O Sindicato de Bares, Restaurantes e Similares de Goiânia (Sindibares) emitiu um alerta nesta terça-feira (30) para estabelecimentos que comercializam bebidas alcoólicas em Goiás, incluindo bares, restaurantes, hotéis e distribuidores. A medida é uma resposta aos recentes casos graves de intoxicação por metanol registrados em outros estados, especialmente em São Paulo, onde já foram confirmadas cinco mortes — uma delas oficialmente ligada ao consumo de bebida adulterada.
Outros sete casos seguem em investigação, incluindo o de uma mulher que teria perdido a visão após ingestão da substância.
Segundo o presidente do Sindibares, Newton Emerson Pereira, o objetivo é evitar que situações semelhantes ocorram em Goiás.
“Os casos em São Paulo mostram o risco sério à saúde do consumidor. Nosso objetivo é orientar os estabelecimentos e evitar que esse tipo de tragédia aconteça aqui”, afirmou.
Recomendações para evitar contaminações
O sindicato orienta que os empresários adotem critérios rigorosos no controle de fornecedores, recebimento e armazenamento de bebidas alcoólicas. Entre as principais recomendações estão:
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Comprar apenas de fornecedores formais e confiáveis;
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Exigir nota fiscal de todos os produtos;
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Verificar o lote, marca, teor alcoólico e registro no Ministério da Agricultura (MAPA);
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Evitar compras de vendedores informais ou com preços muito abaixo do mercado, pois isso pode indicar adulteração.
Além disso, o Sindibares alerta para sinais de possível fraude, como cheiro forte semelhante a solvente, rótulos desalinhados, garrafas com vidros irregulares e relatos de sintomas como tontura, náusea ou dor de cabeça logo após o consumo da bebida.
Caso haja suspeita, o produto deve ser imediatamente isolado e as autoridades acionadas: Vigilância Sanitária, Polícia Civil e PROCON.
Colaboração do setor é fundamental
Newton Emerson destaca que a colaboração dos estabelecimentos é essencial para conter o problema:
“Os bares e restaurantes são potenciais vítimas, mas também parceiros na prevenção. Seguindo as recomendações, protegemos os clientes, os funcionários e a reputação dos negócios”, afirmou.
O sindicato reforça ainda a importância da adoção de procedimentos padronizados, treinamento constante das equipes e checagem criteriosa dos fornecedores como medidas essenciais para garantir a segurança dos consumidores e evitar a ação de criminosos no mercado de bebidas alcoólicas em Goiás.
PF investiga possível envolvimento do crime organizado
Diante da gravidade dos casos, o Ministério da Justiça e Segurança Pública solicitou à Polícia Federal a abertura de um inquérito para investigar a origem e a distribuição das bebidas adulteradas. A apuração é feita em conjunto com a Polícia Civil de São Paulo e analisa a possível atuação do Primeiro Comando da Capital (PCC).
Segundo o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, a investigação considera a dimensão interestadual do caso e suas possíveis conexões com ações recentes no Paraná e em São Paulo, especialmente ligadas à cadeia de combustíveis e à importação de metanol pelo Porto de Paranaguá.