Professora goiana concorre a vaga em voo espacial promovido pela Blue Origin

A professora Thaiza Montine, natural de Goiânia (GO), está entre os candidatos brasileiros em um processo seletivo internacional para participar de um voo espacial promovido pela Space Exploration & Research Agency (SERA), em parceria com a Blue Origin — empresa aeroespacial fundada por Jeff Bezos.

A missão, que utilizará o foguete New Shepard, o mesmo que levou a cantora Katy Perry ao espaço em abril de 2025, selecionará seis pessoas de diferentes países. Thaiza, que é professora de Química e Ciências, participa da seleção representando o Brasil e afirma que a possibilidade de viajar ao espaço representa a realização de um sonho de infância.

“Digamos que seria o sonho de ‘tocar o céu’, né? Tocar o infinito e tal”, declarou em entrevista ao portal Mais Goiás.

Mãe de dois filhos, um jovem de 18 anos e uma adolescente de 14, Thaiza diz contar com o apoio incondicional da família. Apesar de nunca ter participado de processos similares, ela decidiu se inscrever nesta seleção ao perceber que ainda era possível buscar novas conquistas, independentemente da idade ou do perfil.

“É a primeira vez que participo desse tipo de iniciativa. Nunca achei que seria capaz ou que tivesse idade ainda para poder participar de algo assim. E resolvi arriscar”, relatou.

Representatividade e inspiração

Além de buscar uma realização pessoal, Thaiza também quer inspirar seus alunos, filhos e outras pessoas a não desistirem de seus sonhos.

“Acima de tudo, quero mostrar que a gente tem que correr atrás dos nossos sonhos, não importa a idade, não importa quem a gente é, como a gente é.”

Ela destaca ainda a importância da representatividade em um cenário historicamente dominado por homens.

“Nós temos astronautas homens no Brasil, mas não temos mulheres ainda. Eu sou mulher, goiana, professora, neurodivergente, e acho que isso traz representatividade.”

Ciência e pesquisa aeroespacial no Brasil

Thaiza também aproveita sua candidatura para destacar a importância da pesquisa espacial no Brasil. Ela menciona iniciativas como o Habitat Marte, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, que simula missões em Marte com astronautas análogos, e o Instituto Geração de Marte, voltado a estudos espaciais.

“Deixando claro: não sou uma astronauta; sou uma astronauta análoga”, explica.

Seleção e engajamento nas redes

Atualmente, o processo seletivo está na chamada “fase zero”, baseada no engajamento digital dos candidatos. Curtidas, visualizações, comentários e compartilhamentos no YouTube e Twitter (X) são contabilizados como pontuação. Cada candidato possui um link exclusivo que direciona o público para um grupo no Telegram. A cada 100 acessos, são somados 500 pontos à candidatura.

Plataformas como Instagram e TikTok também começarão a contar pontos nas próximas semanas. Thaiza explica que os seguidores podem acumular “Space Dusts” e, futuramente, doá-los a candidatos ou até mesmo entrar na disputa.

Etapas futuras

A seleção é dividida em quatro fases. Após a etapa de engajamento, os melhores candidatos participarão de avaliações técnicas e presenciais. Ao final, três equipes regionais serão formadas, e a equipe vencedora será definida por votação popular.

A viagem terá não apenas um caráter simbólico e turístico, mas também científico: os tripulantes poderão realizar experimentos em ambiente de microgravidade. Para participar, os candidatos devem ter mais de 18 anos, conhecimentos básicos em inglês e atender a critérios médicos e físicos.

Interessados em apoiar a candidatura de Thaiza podem acessar os links disponíveis na bio de seu perfil no Instagram: @thaizamontine.

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