Rildo Soares dos Santos, de 33 anos, preso no último sábado (13) por feminicídio em Rio Verde (GO), é agora investigado por latrocínio (roubo seguido de morte) cometido cinco dias antes do assassinato de Elisângela da Silva Souza, de 26 anos. O corpo da jovem foi encontrado parcialmente enterrado em um lote baldio no bairro Popular, na última sexta-feira (12).
De acordo com a Polícia Civil, Rildo tem várias passagens por crimes violentos na Bahia, seu estado de origem, e estava em liberdade desde maio deste ano. Ele havia sido preso em flagrante por furto, roubo e dano qualificado também em Rio Verde, mas foi solto após pagar fiança de R$ 5 mil.
Suspeita de latrocínio e ligação com crime anterior
O delegado Adelson Candeo, do Grupo de Investigação de Homicídios (GIH), afirmou que Rildo é o principal suspeito de um latrocínio ocorrido no dia 7 de setembro, também em Rio Verde. Uma mulher foi morta após ser abordada dentro de seu carro. Pertences da vítima, como o celular e a chave do veículo, foram encontrados na casa de Rildo.
“Há fortes indícios de que ele seja o autor do latrocínio. A investigação prossegue”, declarou Candeo.
Casa do suspeito revela indícios perturbadores
Na casa onde Rildo vivia, a polícia encontrou diversos objetos suspeitos, como:
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Bolsas e roupas femininas;
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Celulares;
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Bonecas;
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Um uniforme sujo de sangue.
Apesar do material apreendido, não havia crianças no local. Segundo a polícia, Rildo dividia a casa com outro homem, que não possui antecedentes criminais e teria estranhado o comportamento do colega, que saía à noite vestido com uniforme e portando uma faca.
Assassinato de Elisângela
Elisângela desapareceu na madrugada do dia 11 de setembro, quando saiu de casa para trabalhar. Imagens de câmeras de segurança mostram a jovem sendo abordada por Rildo. O corpo foi encontrado no dia seguinte, seminu e parcialmente enterrado, com uma calça vinho ao lado — a mesma peça usada pela vítima nas imagens.
Rildo confessou o roubo e a tentativa de ocultação do corpo, mas negou ter cometido feminicídio ou abuso sexual. Ele alegou que a vítima teria caído e batido a cabeça durante a abordagem, e que tentou esconder o corpo retirando a calça e enterrando parcialmente para não levantar suspeitas.
Prisão preventiva e novas suspeitas
Devido à gravidade e crueldade do crime, a prisão em flagrante foi convertida em prisão preventiva pela juíza Adriana Caldas Santos. A polícia acredita que Rildo pode estar envolvido em outros feminicídios e crimes semelhantes na Bahia.
“A cena encontrada na casa do suspeito é assustadora. A presença de bonecas, bolsas e roupas femininas reforça a hipótese de crimes em série”, afirmou o delegado Candeo.
Investigação em andamento
A Polícia Civil de Goiás segue investigando o caso e está em contato com o Tribunal de Justiça da Bahia, onde existem pelo menos sete processos em nome de Rildo, para levantar mais informações. A perícia também analisa vestígios de sangue nas roupas encontradas na casa do suspeito.
Durante audiência, Rildo pediu liberdade, alegando ter dois filhos pequenos sob os cuidados de uma vizinha. Contudo, nenhuma criança foi encontrada na residência, e o Conselho Tutelar foi acionado.
Denúncias podem ajudar
A polícia reforça a importância da ajuda da população para identificar outras possíveis vítimas. Denúncias podem ser feitas de forma anônima pelo número (62) 98499-0359.
A divulgação do nome e imagem do suspeito segue os critérios legais (Lei nº 13.869/2019 e portarias da DGPC) por conta do interesse público em localizar outras vítimas.