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Policiais invadem Embaixada do México em Quito e prendem ex-vice-presidente do Equador | Mundo

Policiais do Equador posicionados na frente da Embaixada do México em Quito — Foto: Associated Press

A Polícia do Equador invadiu a Embaixada do México em Quito e prendeu o ex-vice-presidente equatoriano Jorge Glas, na sexta-feira (5). Glas foi condenado a seis anos de prisão por corrupção e tinha recebido asilo político do governo mexicano.

Equador e México vivem uma crise diplomática, que escalou nos últimos dias. Na quinta-feira (4), a embaixadora do México no país foi declarada “persona non grata” após o governo afirmar que o presidente mexicano fez comentários “infelizes” sobre as eleições equatorianas de 2023.

Após a declaração, o governo do México anunciou nesta sexta-feira que tinha concedido asilo político a Jorge Glas. O ex-vice-presidente havia solicitado ajuda do governo mexicano afirmando ser perseguido pela Procuradoria-Geral do Equador.

O Ministério das Relações Exteriores do Equador rebateu o México e disse que o país estava violando acordos de asilo político. Além disso, autoridades equatorianas pediram permissão ao México para entrar na embaixada em Quito e prender Glas.

Durante a noite, um grupo de policiais equatorianos foram até a Embaixada do México em Quito com veículos escuros. Segundo a Associated Pres, os agentes arrombaram as portas externas da sede mexicana e entraram no local.

A principal avenida de acesso à Embaixada também foi fechada pela polícia.

O embaixador encarregado do México, Roberto Canseco, afirmou que houve um “atropelo ao direito internacional”. Ele também chamou o ocorrido de “inaceitável” e “barbárie”.

“Como criminosos, invadiram a Embaixada do México no Equador. Isso não é possível. Não pode ser. É uma loucura”, disse Canesco.

De acordo com a Convenção de Viena sobre as Relações Diplomáticas, de 1961, os locais de missões de um país dentro de um outro — como embaixadas e consulados — são considerados invioláveis. Equador e México aderiram à regra na década de 1960.

Segundo o tratado, a entrada de agentes de estado dentro desses locais depende da autorização do chefe da missão estrangeira. Ou seja, no caso do Equador, a polícia deveria solicitar permissão ao embaixador mexicano para ingressar na Embaixada do México.

A crise entre México e Equador começou a escalar após declarações do presidente López Obrador sobre as eleições equatorianas de 2023.

Na quarta-feira (3), Obrador comparou o assassinato de Fernando Villavicencio, que era candidato à Presidência, à violência na atual temporada eleitoral do México.

Villavicencio foi morto em agosto de 2023, após um comício em Quito. Já no caso do México, vários candidatos locais foram assassinados nas últimas semanas. As eleições no México estão marcadas para junho.

Obrador também afirmou que a candidata de esquerda Luisa González, derrotada nas eleições do Equador, foi injustamente associada ao assassinato de Villavicencio. O presidente mexicano também culpou a mídia do Equador, chamando-a de corrupta.

López Obrador fez a comparação para atacar os veículos de mídia mexicanos, alvos frequentes de críticas por parte dele.

O governo do Equador considerou as falas de Obrador “infelizes” e, como resposta, declarou a embaixadora mexicana “persona non grata”.

O termo “persona non grata” é um instrumento jurídico utilizado nas relações internacionais para indicar que um representante oficial estrangeiro não é mais bem-vindo.

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