Eles permaneceram no local por cerca de 450 anos, até que um evento possivelmente catastrófico, resultando em um aumento no nível do lago, forçou-os a abandonar suas casas, seus barcos, seus instrumentos e até mesmo seus recipientes de comida.
As canoas são monoxílicas, ou seja, feitas de um único tronco. Ao contrário de outros sítios neolíticos mais recentes, onde as canoas são sempre feitas de uma única espécie, em La Marmotta foram identificadas até quatro espécies diferentes: carvalho, olmo, faia e álamo. Isso mostra que eles conheciam bem as propriedades e os usos da madeira de diferentes árvores. Elas variam em tamanho. Desde a menor, com 5,4 metros, até a maior, com 10,43 metros.
Reforços e uma possível vela
A complexidade técnica dos barcos não se reflete apenas em seu comprimento, mas também na presença de certos elementos navais vinculados. Esse é o caso dos reforços transversais feitos na base das canoas e, em particular, das três peças em forma de “T” presas a um dos lados da canoa 1.
Essas peças apresentam 2, 3 e 4 perfurações, respectivamente. Embora não tenhamos referências arqueológicas ou etnográficas que nos ajudem a entender seu uso, temos três hipóteses com base em sua forma: elas poderiam ter sido usadas para amarrar cordas ligadas a uma possível vela, foram usadas para adicionar um estabilizador ou foram elementos intermediários para unir outro barco na forma de um catamarã, obtendo assim um casco duplo.
Essa complexidade técnica indica a existência de pessoas com enorme conhecimento tecnológico e especializadas na fabricação de canoas.
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