Primeiro-ministro de Israel disse ter solicitado ao governo norte-americano que as entregas fossem aceleradas
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, criticou os Estados Unidos pela redução “dramática” do envio de armas norte-americanas para Israel.
Em declarações dadas durante uma reunião governamental neste domingo (23.jun.2024), Netanyahu disse que, embora o país comandado por Joe Biden tenha apoiado Israel desde o início da guerra, a redução no ritmo de envio de armamentos tem sido sentida pelo país há 4 meses.
“Por longas semanas, nos dirigimos aos nossos amigos norte-americanos e solicitamos que os envios fossem acelerados. Fizemos isso repetidamente. Fizemos isso nos mais altos níveis e em todos os níveis, e, quero enfatizar, fizemos isso a portas fechadas. Recebemos todos os tipos de explicações, mas uma coisa que não recebemos [foi] a mudança da situação”, afirmou.
Segundo o líder israelense, “certos itens” militares chegaram “esporadicamente”, mas as munições em geral continuam atrasadas. Netanyahu também afirmou esperar que sua manifestação pública sobre a situação resultasse em ataques pessoais contra ele.
“[…] como aconteceu quando me manifestei contra o acordo nuclear com o Irã, como aconteceu e está acontecendo quando me opus repetidamente ao estabelecimento de um Estado terrorista palestino e me oponho ao fim da guerra enquanto o Hamas permanecer no poder. Mas estou disposto a absorver ataques pessoais em nome do Estado de Israel”, disse.
Essa não é a 1ª vez que o premiê dá declarações do tipo. Na 3ª feira (18.jun), Netanyahu publicou um vídeo na sua conta no X (ex-Twitter) falando sobre o caso.
“Quando o secretário [de Estado dos EUA], [Antony] Blinken, esteve recentemente aqui em Israel, tivemos uma conversa franca. Eu disse que apreciava profundamente o apoio que os EUA dão a Israel desde o início da guerra, mas disse que é inconcebível que, nos últimos meses, a administração [norte-americana] tenha retido armas e munições para Israel”, afirmou na ocasião.
Segundo o premiê israelense, Blinken o assegurou que o governo dos EUA “está trabalhando dia e noite” para resolver a situação. “Certamente espero que esse seja o caso. Deve ser o caso”, disse Netanyahu.
A Casa Branca, no entanto, negou que as armas estivessem sendo retidas. Questionada sobre o assunto, a porta-voz Karine Jean-Pierre disse a jornalistas na 3ª feira (18.jun) que “não sabia” do que Netanyahu estava falando.
“Houve um envio específico de munições que foi pausado. Continuamos a ter essas discussões construtivas com os israelenses sobre a liberação desse envio específico que acabei de mencionar e não temos nenhuma atualização sobre isso. Não há nenhuma outra pausa ou retenção em vigor”, disse.
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