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Hora do Planeta convida todos a apagarem as luzes durante 60 minutos neste sábado | Sociedade

Neste sábado (23), às 20h30 (horário de Brasília), ocorrerá a Hora do Planeta, movimento ambiental global que tem como objetivo conscientizar indivíduos, empresas e poder público a respeito dos desafios socioambientais da atualidade, como a emergência climática e a perda da biodiversidade.

A ação, iniciativa da rede WWF, é caracterizada pelo apagar das luzes durante 60 minutos simultaneamente em todo o mundo, alertando para a principal fonte de emissões dos gases que estão mudando o clima do planeta, que é a queima de combustíveis fósseis para a geração de todas as formas de energia, incluindo a elétrica.

As pessoas são convidadas a “doar uma hora à Terra”, não apenas desligando as luzes simbolicamente, mas, também, dedicando este tempo para fazer o bem ao planeta enquanto realizam algo que gostam. Por exemplo, uma caminhada pela floresta ou ações de ativismo digital.

Esse movimento nasceu em 2007 em Sydney, na Austrália. No dia 31 de março daquele ano, 2,2 milhões de moradores apagaram as luzes por uma hora. O objetivo era reduzir 5% do consumo de energia elétrica da cidade, e o resultado foi o dobro do esperado: 10,2%

O Brasil aderiu dois anos depois. No dia 08 de março de 2009, 113 cidades, 1.167 empresas e 527 organizações participaram da primeira edição nacional. Monumentos brasileiros como o Cristo Redentor e o Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro (RJ); a Catedral de Brasília, no Distrito Federal; a Ponte Estaiada, em São Paulo (SP), e o Teatro Amazonas, em Manaus (AM), entre outros, foram apagados.

O ano de 2012 foi o primeiro em que todas as 27 capitais brasileiras se envolveram na ação. Na edição de 2024, a WWF destaca que o apelo por aqui será em torno da segunda fase do manifesto “É Tempo de Restaurar”, que já engajou 23 influenciadores, alcançando um público de 10,9 milhões de seguidores, e convoca brasileiros a se tornarem voluntários digitais da organização no país.

“Não é possível cuidar do meio ambiente sem colocar as pessoas no centro das decisões. Para que mais e mais estejam conectadas e engajadas na defesa da natureza, temos de compartilhar informações e conhecimento”, aponta Gabriela Yamaguchi, diretora de Engajamento do WWF-Brasil. “Simbolicamente, continuamos a apagar as luzes por uma hora para demonstrar que estamos conscientes dos atuais desafios ambientais e, também, unidos a milhares de pessoas ao redor do mundo no combate à injustiça climática e ao racismo ambiental. Podemos aprender e compartilhar muito mais para agir. É hora de aliançar. Uma aliança de todos os povos pela vida.”

António Guterres, secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), pediu em mensagem de vídeo a adesão de todos, enfatizando que a “a Hora do Planeta é uma demonstração mundial de solidariedade para seguirmos um caminho diferente.”

“A necessidade é urgente. O nosso clima está em colapso. O ano passado foi o mais quente da história”, disse ele. “Juntos, vamos apagar as luzes e direcionar o mundo para um futuro melhor para todas as pessoas.”

Por que apagar as luzes?

Além de ser um ato simbólico, apagar as luzes ajuda a diminuir a emissão de gases de efeito estufa (GEE). A questão é que ainda é a partir da queima dos combustíveis fósseis que grande parte das casas, empresas e hospitais do mundo são abastecidos com eletricidade. E a energia de fontes fósseis (como o petróleo, o gás natural e o carvão) é a principal fonte de emissão destes gases que estão mudando o clima mundial, com consequências dramáticas para todas as formas de vida no planeta.

Para se ter uma ideia da gravidade da situação, 2023, segundo o relatório Estado do Clima Global 2023, divulgado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), da Organização das Nações Unidas (ONU), quebrou recordes de temperatura, de níveis de GEE, calor oceânico, aumento do nível do mar, perda de gelo marinho na Antártica e recuo das geleiras, ou seja, todos os principais recordes climáticos.

No Brasil, observa o WFF, a geração de eletricidade é majoritariamente proveniente de fontes limpas ou renováveis, como a hidrelétrica, solar e eólica. No entanto, o país tem gradualmente “sujado” sua matriz elétrica com a crescente incorporação de termelétricas, que são movidas a combustíveis fósseis como o gás natural. Só em usinas térmicas, serão investidos R$ 12 bilhões até 2026.

“Estamos em um momento decisivo para garantir que as metas climáticas sejam alcançadas. Às portas da COP 30, que será realizada em Belém, no ano da COP 16 de Biodiversidade, que será realizada na Colômbia, e liderando as negociações do G20, o Brasil tem a oportunidade de encaminhar acordos importantes e se tornar líder em questões ambientais. Precisamos engajar toda a sociedade nessa luta e a Hora do Planeta cumpre esse papel ao abordar de forma criativa o compromisso ambiental”, afirma Yamaguchi.

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