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Guerra em Gaza: seis meses depois, objetivos não foram cumpridos e cessar-fogo está distante | Blog da Sandra Cohen

Itens de ajuda humanitária para os moradores da Faixa dde Gaza caem no território — Foto: Ronen Zvulun/Reuters

A certeza da vitória total contra o Hamas, repetida insistentemente pelo premiê Benjamin Netanyahu durante os seis meses de guerra na Faixa de Gaza, soa a cada dia como balela.

Sua campanha militar para vingar o massacre de 1.200 pessoas e o sequestro de outras 240 no sul do país se revelou catastrófica e levou Israel a um beco sem saída: embora enfraquecido, o Hamas não foi, nem será, extinto; metade dos reféns ainda se encontra em Gazasabe-se lá em que condições— e seu retorno deixou de ser prioridade para o governo.

Se depender do primeiro-ministro, a prometida vitória não ocorrerá em breve, muito menos o cessar-fogo exigido pelo Conselho de Segurança da ONU. O premiê trata de buscar um pretexto para adiar o fim da guerra que matou pelo menos 32 mil palestinos, segundo os cálculos feitos pelo Hamas, e transformou o enclave em terra arrasada.

Veja impacto do deslocamento da população da Faixa de Gaza para a cidade de Rafah, no Egito. Fotos de 13 de outubro de 2023 e 14 de janeiro de 2024. — Foto 1: Planet Labs PBC via AP — Foto 2: Planet Labs PBC via AP

Ataque israelense destrói carro e mata 7 trabalhadores humanitários em Gaza

Em nome da segurança interna, Netanyahu perdeu a guerra da narrativa já na primeira fase da justificada ofensiva em Gaza. O antissemitismo no mundo floresceu e termos como genocídio e Holocausto passaram a ser relativizados.

O premiê enfrenta atualmente a revolta dentro e fora de Israel. A unidade nacional gerada pelo massacre brutal do Hamas em solo israelense dissipou-se. A defesa da saída de Netanyahu e a convocação de eleições antecipadas no meio de uma guerra voltaram a ser alardeadas em protestos de israelenses, como ocorria sistematicamente antes do massacre do Hamas.

A invasão de Gaza decorreu sem um plano do governo sobre o dia seguinte ao fim da guerra, embora a coalizão fundamentalista do premiê defenda vigorosamente a reocupação do território. A tensão entre colonos e palestinos se acirrou em outra frente de batalha, na Cisjordânia, impulsionada pela ação de ministros extremistas do governo.

Joe Biden e Benjamin Netanyahu em outubro de 2023 — Foto: Miriam Alster/Reuters

Em seis meses, as tragédias se multiplicaram — mortes de civis, reféns, jornalistas e funcionários de organizações humanitárias; relatos de estupros de mulheres sequestradas pelo Hamas; e ataques a hospitais palestinos pelas forças israelenses em busca de terroristas.

Com tudo isso, o ponto de inflexão para o desfecho dessa guerra, a maior desde a independência de Israel, ainda parece estar muito distante e a anos-luz da chamada solução de dois Estados.

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