Após a confirmação de mortes por intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas adulteradas nos estados de São Paulo e Pernambuco, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, determinou nesta quarta-feira (1º) a realização de uma operação estadual de fiscalização em distribuidoras de bebidas.
“Determinei uma grande ação envolvendo todas as forças policiais e a Secretaria de Estado da Saúde, responsável pelo controle sanitário, para vistoriar todas as distribuidoras de bebidas em Goiás”, afirmou o governador.
Segundo Caiado, não há casos registrados ou suspeitos no estado até o momento. Em vídeo divulgado nas redes sociais, ele tranquilizou a população, mas destacou a importância de se antecipar a possíveis ocorrências desse tipo de crime.
Casos de metanol em bebidas: o que se sabe até agora
Em São Paulo, pelo menos seis mortes são investigadas por suspeita de ingestão de bebidas adulteradas com metanol. A maioria dos casos ocorreu em São Bernardo do Campo. Há também 37 casos suspeitos, com 10 já confirmados.
As autoridades interditaram bares e distribuidoras na capital e na Grande São Paulo, e mais de 128 mil garrafas de vodca foram apreendidas em Barueri. Em muitos casos, as bebidas estavam lacradas, mas aguardam comprovação de origem legal.
No Pernambuco, o governo estadual investiga três casos suspeitos, com duas mortes confirmadas e uma vítima que perdeu parte da visão após consumir bebidas contaminadas na região do Agreste.
O que é metanol e por que é perigoso?
O metanol é um álcool industrial usado em solventes, combustíveis e produtos químicos. Apesar de ser incolor e ter cheiro parecido com o álcool comum (etanol), é altamente tóxico para consumo humano.
Ele é, infelizmente, utilizado por criminosos para adulterar bebidas alcoólicas, pois tem baixo custo de produção. Seu consumo pode levar à cegueira, falência renal, coma e até morte, mesmo em pequenas doses.
Os efeitos podem surgir entre 40 minutos e 72 horas após a ingestão, dificultando o diagnóstico imediato. Os sintomas iniciais incluem confusão mental, tontura, vômitos e perda de coordenação.
Há tratamento para intoxicação por metanol?
Sim. O tratamento deve ser iniciado imediatamente após a suspeita. Em ambiente hospitalar, podem ser administrados medicamentos específicos e hemodiálise para eliminar o metanol do organismo.
O antídoto mais conhecido é o etanol (álcool comum), que atua competindo com o metanol no fígado, atrasando a formação das substâncias tóxicas. No entanto, a administração precisa ser feita por profissionais de saúde e com urgência.
Fique atento e saiba como se proteger:
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Compre bebidas alcoólicas apenas de estabelecimentos confiáveis;
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Verifique sempre o lacre e a procedência do produto;
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Desconfie de preços muito abaixo do normal;
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Em caso de suspeita, não consuma e denuncie às autoridades sanitárias locais.