Falta de ônibus de transporte coletivo e privado de Indiara para Jandaia e Paraúna deixa usuários indignados

Existe algo de especial na atividade de levar pessoas de uma cidade a outra que torna válido impedir a concorrência e proibir empreender no setor?  Existe algo que justifique a não existência de uma variabilidade de serviço conforme o interesse de cada passageiro em uma cidade?  O transporte coletivo público no Brasil é reconhecidamente ineficiente, e é a camada da população mais pobre, que mais depende deste serviço, que sai prejudicada. Quanto ao transporte privado, só mantém a rota se houver lucros. Pois bem usuários de ônibus de Indiara, Jandaia, Paraúna estão indignados, por não dizerem revoltados. Pois passa final de ano e começa novo ano e nada de promessas serem cumpridas com a regularização da rota de Indiara, Jandaia e Paraúna. Pessoas ligadas as Empresas dizem não haver demanda suficiente e também não abre mão para outras entrarem. Enquanto isso o usuário vai levando como pode; caronas, moto taxi e taxi. A experiência histórica mais recente de um sistema desmonopolizado de transporte coletivo é a do Chile, que permitiu a livre concorrência e o livre estabelecimento de preços por empresas neste setor a partir do final da década de 1970 até o início dos anos 1990, quando o setor foi novamente regulamentado.  Após ouvir uma série de podcasts, ler artigos e ouvir depoimentos (ver referências abaixo) sobre esta experiência, parece-me serem as principais críticas em relação ao sistema, as quais comento a seguir. A principal crítica de uma possível desregulamentação é semelhante à crítica comum feita a qualquer setor que corre este risco: a criação de um cartel e o aumento das tarifas em um sistema gerido por empresas privadas, impedindo que os mais pobres usufruam deste direito. Segundo percebemos, as tarifas médias praticamente dobraram de valor no período de 1979 a 2015, mas a análise vê o problema apenas na superfície. A falta de uma política austera e a cobrança destas empresas permissionárias que se façam o trajeto obrigatório sob pena de perder a concessão ou direito de rota. O que não podemos admitir é o que vem acontecendo nos dias de hoje, ser mantida a rota só em caso de lucro. Pois a maioria das empresas não fazem nada para aumentar a procura de ônibus. E os municípios deveriam exigir que se cumpra os termos das concessões.