O reencontro de um homem de 37 anos, identificado apenas pelo sobrenome Pang, com sua família após décadas de separação, viralizou na internet e tocou o coração de internautas pelo mundo. Pang nasceu em Weinmann, no noroeste da China. Ao nascer, o chinês foi sequestrado pela própria avó, que o entregou a um desconhecido sem o consentimento dos pais. A avó justificou sua ação alegando que o casal, que já tinha outros dois filhos, não teria condições de criar mais uma criança.
Desesperados, os pais de Pang passaram 37 anos procurando o filho, com a única informação de que ele havia sido levado para a província de Shandong, no leste do país. Em fevereiro deste ano, a polícia finalmente localizou Pang, agora já um adulto, através de um banco de dados de DNA.
As imagens do encontro foram transmitidas por um canal de TV local e repercutiram na web. A hashtag “Casal de Weinmann encontra filho após 37 anos” teve mais de 40 milhões de visualizações.
Chinês sequestrado ao nascer foi vítima da política do filho único
Casos como o de Pang, que foi sequestrado ao nascer, são uma triste consequência da pobreza e da política do filho único que vigorou na China durante décadas.
Entre os anos 1960 e 2000, muitas crianças foram sequestradas ou doadas voluntariamente por famílias que temiam as penalidades impostas pelo governo para quem ultrapassasse o limite de filhos. Além disso, a pobreza extrema levou muitos pais a abandonarem seus bebês por não terem condições de criá-los.
Em 2009, o Ministério de Segurança Pública da China criou um vasto banco de dados de DNA, reunindo amostras de sangue de casais em busca de seus filhos desaparecidos. Este ano, em janeiro, foi lançada a “Operação Reencontro” para acelerar o cruzamento de dados e solucionar casos pendentes. Desde então, estima-se que 1.737 crianças desaparecidas foram encontradas, e 236 pessoas foram presas sob suspeita de tráfico e rapto de menores.
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