Internacional

Brasileiro ganha prêmio por investigação que uniu carne a desmatamento

Em 2020, a ONG Mighty Earth procurou o jornalista para uma campanha sobre carne brasileira em supermercados europeus, e uma investigação conjunta foi iniciada. Durante seis meses, Gomes coordenou a investigação nos dois continentes, identificando produtos da JBS em supermercados europeus e rastreando-os até as fazendas de origem, revelando o desmatamento ilegal.

“A grande sacada da investigação foi olhar para os supermercados de vários países que vendiam a carne brasileira”, explica. Integrantes da equipe foram até os supermercados coletar dados dos pacotes de carne brasileira. “A partir do selo da embalagem, você consegue identificar exatamente o frigorífico de origem daquele pacote de carne”.

Para fazer o cruzamento dos dados, o time construiu softwares específicos. “Isso permitiu que a gente identificasse quais são as fazendas com problemas sociais e ambientais que forneciam para os frigoríficos que exportavam para aqueles mercados que a gente visitou. Então a gente fechou a cadeia de cima para baixo.”

Gomes e sua equipe continuam pressionando por transparência nas cadeias de suprimentos. Uma investigação de 2022 sobre lavagem de gado levou a JBS a admitir publicamente que havia comprado quase 9 mil cabeças de gado criadas em áreas desmatadas ilegalmente de 2018 a 2022. Como consequência, a empresa varejista alemã Metro Germany, com mais de US$ 20 bilhões em vendas anuais, vetou todos os produtos de carne da JBS até segunda ordem.

A JBS afirma que está buscando eliminar o desmatamento ilegal de sua cadeia de fornecimento de gado na Amazônia até 2025, e até 2030 em todos os outros biomas brasileiros.

Sobre o prêmio

O prêmio, que é conhecido como o “Nobel verde”, homenageia anualmente seis defensores ambientais de diferentes regiões do mundo. Os outros vencedores são Nonhle Mbuthuma e Sinegugu Zukulu, da África do Sul, Alok Shukla, da Índia, Teresa Vicente, da Espanha, Murrawah Maroochy Johnson, da Austrália, e Andrea Vidaurre, dos EUA. Em 2023, a líder indígena brasileira Alessandra Munduruku foi reconhecida pela sua luta contra a mineração em territórios indígenas.

Fonte

Deixe um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Artigos relacionados

Internacional

Maduro declara guerra às redes sociais

Nos últimos tempos, o presidente venezuelano Nicolás Maduro, anteriormente conhecido por sua...

Internacional

Chinês sequestrado ao nascer reencontra pais depois de 37 anos

O reencontro de um homem de 37 anos, identificado apenas pelo sobrenome...

Internacional

Brasileira morre após cair do 17º andar de um prédio no Vietnã

A brasileira Rosimeiry Franco, de 30 anos, morreu após cair do 17º...

Internacional

Biden, 81, quer usar debate para mostrar capacidade para 2º mandato

Biden tem um andar lento, comete deslizes verbais e tem aparições públicas...