O salário mínimo pode ser elevado para R$ 1.521 em 2025, conforme as últimas projeções de inflação e crescimento do PIB divulgadas pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda. O valor foi estimado pelo g1, com base nas projeções do Ministério da Fazenda, e supera os R$ 1.509 previstos na proposta orçamentária para o próximo ano, enviada ao Congresso Nacional em agosto.
Atualmente, o salário mínimo está fixado em R$ 1.412. Caso as previsões se confirmem, o aumento será de R$ 109, o que representa uma alta de 7,71%, com o novo valor começando a valer em janeiro de 2025 e o primeiro pagamento ocorrendo em fevereiro.
Essa estimativa de aumento maior do que o inicialmente previsto está relacionada a uma inflação mais alta nos últimos meses, impulsionada por fatores climáticos, entre outros.
O cálculo do reajuste leva em conta dois índices:
- A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) nos 12 meses até novembro, conforme exige a Constituição;
- O índice de crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) dos dois anos anteriores, com o PIB de 2023, que cresceu 2,9%, sendo usado para o cálculo do reajuste de 2025.
No entanto, o valor definitivo do salário mínimo será conhecido apenas em dezembro, quando será divulgado o INPC de novembro.
Impacto do Salário Mínimo no Brasil O salário mínimo serve de referência para 59,3 milhões de pessoas no Brasil, de acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Além dos trabalhadores que recebem um salário mínimo ou múltiplos dele, o valor também impacta aposentadorias e benefícios como o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Esse aumento também tem um efeito indireto sobre a economia, elevando o “salário médio” dos brasileiros e aumentando o poder de compra dos trabalhadores.
Consequências para as Finanças Públicas O aumento do salário mínimo também implica um aumento nos gastos do governo federal. Isso ocorre porque benefícios como aposentadorias, o abono salarial e o seguro-desemprego não podem ser inferiores ao valor do mínimo.
Segundo cálculos do governo, cada R$ 1 de aumento no salário mínimo resulta em uma despesa adicional de aproximadamente R$ 392 milhões em 2024. Portanto, um aumento de R$ 107 no salário mínimo em 2025 pode gerar um crescimento de R$ 42,7 bilhões nas despesas obrigatórias.
Esse aumento nas despesas obrigatórias pode reduzir a disponibilidade de recursos para os gastos “discricionários” do governo, o que pode impactar outras políticas públicas federais.
