O mais novo museu de Goiânia, o MUDDA (Museu do Depois do Amanhã), está situado na Avenida Anhanguera. Ele reside em um histórico edifício do Setor Oeste, construído em meados dos anos 50 e que anteriormente era sede da Companhia Energética de Goiás (Celg).
Em 2017, a Celg foi privatizada e o edifício que ocupava, vendido para quatro empresas. O plano era demoli-lo para construir um shopping. Porém, elas acabaram alugando-o para o Estado e o prédio se tornou sede da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), até 2018.
Abandonado desde essa época, a Secretaria de Estado de Cultura de Goiás (Secult-GO) resolveu conduzir o tombamento provisório do prédio, devido a sua importância histórica. Ele foi projetado pelo arquiteto Gustav Ritter e pelo engenheiro Oton Nascimento e reflete os ideais modernistas de uma era de desenvolvimentos arquitetônicos. Contudo, sua conservação era de responsabilidade das empresas proprietárias.
Devido ao vandalismo e, consequentemente, o deterioramento sofrido pelo local, o tombamento definitivo foi impossibilitado. No entanto, em 2020, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás (CAU-GO) se posicionou contra a demolição do prédio, devido a importância do mesmo na história do Estado de Goiás.
O MUDDA surgiu em maio de 2024 como uma forma de protesto ao fato do edifício não ter sido tombado anteriormente. Ativistas, artistas e pesquisadores desenvolveram o projeto que integra as intervenções humanas e da natureza, como as depredações e as plantas que crescem nas paredes. O objetivo é fomentar o debate sobre o patrimônio arquitetônico e histórico de Goiânia, valorizando a produção artística do tempo, do acaso, do descaso e de artistas menos conhecidos.
Adotando uma metodologia de classificação de obras e acervo similar a de um museu tradicional, o MUDDA também recebe diversas intervenções artísticas, como pinturas em grafite, lambe-lambes, vídeos e performances. Para os idealizadores, o museu é uma forma de tombar o patrimônio da cidade por conta própria e por meio da arte, impedindo que ele caia no esquecimento.
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