A lenda diz que, há cerca de 100 anos, pescadores encontraram um corpo e, sem conseguirem identificá-lo, decidiram enterrá-lo na ilha. Desde então, Cabuya virou um cemitério de fato, com sepultamentos constantes, até hoje. O pórtico instalado na entrada não deixa dúvida.
Dá para chegar a Cabuya de barco, em passeios contratados de caiaque ou até mesmo a pé, quando a maré está baixa e é possível andar por 15 minutos em um incômodo caminho cheio de pedrinhas. Vira-latas dão as boas-vindas à curiosa ilha, que é frequentada também por uma fauna barulhenta. Macacos, pelicanos, iguanas e águias estão sempre em Cabuya.
Quem preferir visitar à noite vai escutar as inevitáveis lendas locais a respeito de misteriosos sons que brotam da ilha. Aliás, Playa Grande, em Montezuma, ali pertinho, também tem um causo do tipo, já que ali existia um — adivinhe — antigo cemitério indígena.
Os túmulos são simples, mas bem variados. Um deles tem uma escultura de um punho com uma hélice de avião. Flores e arranjos de pedras e conchas evidenciam que os habitantes locais visitam o cemitério e preservam as tumbas dos entes queridos.
O nome “Cabuya” é uma referência à planta Furcraea cabuya, espécie da família dos agaves, parente próxima do gravatá-açu. Indígenas da América do Sul difundiram o uso das fibras obtidas de suas folhas, usadas na produção de itens que variam de arco e flecha a tapetes.
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