Jovem de 21 anos morre após ter infarto diagnosticado como crise de ansiedade em hospital de Brasília

Camila Messias Moraes, de 21 anos, morreu em casa no último dia 26 de junho após sofrer uma parada cardiorrespiratória. Um dia antes, a jovem procurou atendimento em um hospital da rede particular de planos de saúde, localizado na Asa Sul, em Brasília, com fortes dores no peito e dormência nos braços — sintomas clássicos de infarto. Apesar do quadro, foi diagnosticada com uma suposta crise de ansiedade e liberada após algumas horas.

Durante o atendimento, Camila passou por um eletrocardiograma que apontou alterações no átrio direito do coração. Mesmo com o exame indicando anormalidades, a equipe médica não aprofundou a investigação e recomendou que a jovem retornasse para casa e descansasse, segundo relatos da família.

O laudo do Instituto de Medicina Legal (IML) apontou que Camila já estava sofrendo um infarto havia pelo menos três dias. A causa da morte foi tamponamento cardíaco — um acúmulo de sangue no pericárdio (membrana que envolve o coração) — resultado da ruptura de um aneurisma na artéria aorta.

A família acusa o hospital de negligência e afirma que a jovem foi tratada com descaso, como se estivesse apenas em busca de um atestado médico. Um boletim de ocorrência foi registrado na 15ª Delegacia de Polícia de Ceilândia, e os parentes informaram que pretendem levar o caso à Justiça.

“Ela dizia que estava com muita dor e dormência nos braços, mas os profissionais simplesmente atribuíram a uma crise emocional. Foi um erro que custou a vida da minha filha”, desabafou a mãe de Camila, que preferiu não se identificar.

De acordo com dados da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, 714 mortes por infarto agudo do miocárdio foram registradas em 2024 na capital — número que já supera os óbitos por câncer de pulmão no mesmo período. As vítimas vão desde idosos até adolescentes a partir de 15 anos.

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